Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) revelam que, no Ceará, mulheres negras ganham, em média, apenas um terço do salário de homens brancos. Em 2023, enquanto um homem branco recebia cerca de R$ 3.566, uma mulher negra tinha rendimento médio de R$ 1.161, evidenciando uma persistente desigualdade racial e de gênero no mercado de trabalho.
A pesquisa também aponta que as mulheres negras são majoritariamente em ocupações informais, como trabalho doméstico, vendas ambulantes e serviços gerais, atividades que, em geral, oferecem desvantagens trabalhistas e nenhuma proteção social. Além disso, enfrentam mais dificuldades para acesso a empregos formais e oportunidades de ascensão profissional.
Relacionamentos de mulheres negras mostram que a desigualdade vai além dos números e se reflete no cotidiano. Muitas relatam experiências de exclusão no mercado formal, preconceito racial e dificuldade de reconhecimento profissional. A realidade, segundo especialistas, é resultado de um histórico de exclusão que ainda impacta fortemente as relações de trabalho no país.
Diante desse cenário, os movimentos sociais e as organizações civis reforçam a importância de políticas públicas que promovam a equidade racial e de gênero no mercado de trabalho. Programas de inclusão, ações afirmativas e incentivo à formação profissional são apontados como caminhos para reduzir essas desigualdades históricas no Ceará e no Brasil.